Há cerca de 12 anos, eu recebia um presente do meu pai que iria mudar minha vida. Um presente que me fez descobrir um mundo dinâmico onde eu pudesse transmitir minhas idéias e visões de mundo. Ele me dera um transmissor de FM.
Aquele aparelho talvez fosse a coisa mais interessante que alguém pudesse ganhar. Imagine só, ter um transmissor de FM numa era pré-internet onde não existia blog, nem YouTube, nem Orkut, nem e-mail! Numa época que para se pensar em ter um telefone, você deveria talvez vender seu carro e desembolsar algo em torno de R$ 15,000. Aquilo era fantástico! O transmissor não era grande coisa e nem potente, pois meu pai sabia que com o então Dentel (hoje Anatel), não podia se mexer. Mas... um jovenzinho de 13 anos realmente se importaria com isso?
A rádio era dinâmica, fiz ao máximo para ser diferente daquela coisa convencional que eram as rádios FM paulistanas daquele momento (que só tocavam o sucesso Tchan). De dia existiam os programas de música popular clássica (algo como Luís Gonzaga, algumas bandas dos anos 70), e no meio de uma música e outra eu entrava, ao vivo, ditando algumas matérias das revistas "Super Interessante" que chegavam mensalmente em minha casa. Como de praxe, eu reservava as noites para o horário nobre. A faixa deste horário começava depois da Voz do Brasil (eu utilizava essa hora preciosa entre 19h e 20h para deixar gravados alguns programas). Sempre gostei dessa coisa de produzir programas, arquivar, programar sua transmissão e levá-los ao ar.
Eu tenho muita coisa gravada. Duas caixas cheias de fitas K7 (sim, naquela época NADA era digital), devidamente organizadas e gravadas, sendo duas delas só de "chamadas". Eu sempre tive a preocupação de criar e organizar chamadas de programas para nunca me atrapalhar quando as informações fossem ao ar. Tudo era devidamente editado com meu rádio K7 e um aparelho que eu mesmo fiz para misturar os sons e forjar uma mesa de som (e olha, até que tudo saiu legal, rs).
Logo abaixo eu apresento uma parte do meu acervo que acabei de remasterizar. São 3 chamadas de uma minisérie de TV que eu gravei em áudio, editei e fiz 20 capítulos de 10 minutos, que iam ao ar de segunda a sexta (sim, o que hoje as rádios fazem, como por exemplo com o Programa do Jô que pode ser ouvido pela CBN, eu já fazia na época :P). Há um detalhe no meio da gravação onde eu digo "alô testando 1,2,3...", esse foi o modo que eu encontrei para testar o volume do som para não deixar nenhum ruído enquanto eu falava, já que eu não tinha equipamentos avançados, nem um "meter" (leia-se miter) para avaliar a intensidade do som.
Espero que gostem!
Ps.: Lembrem-se que eu tinha 11 e 12 anos quando fiz isso. A voz é de criança, as frases são de criança e as idéias são de criança também! rs...
NA SEMANA QUE VEM, TEM MAIS! AGUARRRDE! HAHAHA!
3 comentários:
Mto massa ouvir "Pluft, fantasminha camarada"... :)
É interessante ver como desde cedo vc já amava Comunicações. Gostoso fazer parte disso, lendo suas memórias.
Bjs!
Ah, tem também o fato de vc escrever mto bem... o q me deixa até um pco envergonhada...
Então mãos à obra!
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